Neurointensivismo: I CONINI está chegando!!!!!

O I CONINI está chegando!

Nos dias 13 e 14 de maio serão discutidos vários temas, entre AVCi, PCR, AVC hemorrágico, TCE, temas em UTI geral, HSA. monitorização multimodal em NeuroUTI e módulos multidisciplinares.

Será o primeiro congresso promovido pela Associação Brasileira de Neurointensivismo, e já vem forte, com convidados internacionais de peso, como Mauro Oddo, Claude Hemphill e Stephen Schwabb.

conini2016

Local: Rio de Janeiro

Informações e Inscrições: www.conini.com.br

CLEAR-3: Trombólise intraventricular pode auxiliar nos hemoventrículos

Um post exclusivamente para este trial, tão aguardado por anos e anos, é bem merecido.

Captura de Tela 2016-02-20 às 20.08.15

O CLEAR-III avaliou o uso de rTPA em doses baixas, administrado dentro do ventrículo, por meio de derivação venticular externa (DVE), em pacientes com AVCh com pequeno componente parenquimatoso e/ou hemoventrículo associado, ou apenas em casos de hemoventrículo puro.

E foi negativo. 🙁

Negativo para o desfecho primário, que era status funcional pela escala modificada de Rankin.

Mas vejam só, quando se avalia a mortalidade, um desfecho secundário, houve um decréscimo de 10% desta variável em relação ao grupo placebo. E quando se avaliou subgrupos específicos, os pacientes com maior quantidade de sangue intraventricular foram os que mais se beneficiaram da terapia trombolítica.

O estudo de fase 3 foi apresentado pelo Dr. Daniel Hanley, ontem em Los Angeles.

Hanley DF et al. Clot Lysis: Evaluating Accelerated Resolution of Intraventricular Hemorrhage (CLEAR III) Results. ISC 2016.

Vem aí, vem aí… I CONINI 2016

O primeiro congresso da sociedade recém formada – da Associação Brasileira de Neurointensivismo (ABNI), fundada em junho de 2015 por nomes importantes da Terapia Intensiva Neurológica nacional, ocorrerá em Maio deste ano, na mesma cidade onde este grupo de neurointensivistas resolveu juntar forças para fazer crescer ainda mais esta importante especialidade médica no nosso país.

Guardem estas datas — 12 a 14 de Maio de 2016!!!!

I CONINI – Congresso Internacional de Neurointensivismo

Banner já aí ao nosso ladinho, na barra lateral do site…

conini2016

Aos neuros que amam esta área, como eu, nos encontramos então no Rio!!!!

Atualização no manejo da temperatura após PCR

O International Liaison Committee on Resuscitation, junto com comitês de ressuscitação da AHA e da associação americana de Medicina Intensiva atualizaram as diretrizes sobre o manejo da temperatura dos pacientes após parada cardíaca, que até 2013 eram submetidos à hipotermia induzida, estratégia que foi modificada mais recentemente, após a publicação do TTM (Targeted Temperature Management) Trial, que foi negativo sobre o benefício desta terapia.

Agora, a recomendação é de “controle da temperatura”, ou, prefiro o termo em inglês, o qual ainda não sei ao certo, uma boa tradução… ” Targeted Temperature Management”.

Pois bem, pessoal… Para adultos com PCR com ou sem ritmo chocável, é recomendado manter a temperatura entre 32°C e 36°C por 24 horas (mínimo) após a PCR. Abaixo, deixo os links da diretriz, publicada no mês de outubro na Circulation, e dois artiguinhos importantes, o estudo TTM, da NEJM e um artigo de discussão na Critical Care.

LINKS

Donnino et al, and the ILCOR ALS Task Force. Temperature Management After Cardiac Arrest An Advisory Statement by the Advanced Life Support Task Force of the International Liaison Committee on Resuscitation and the American Heart Association Emergency Cardiovascular Care Committee and the Council on Cardiopulmonary, Critical Care, Perioperative and Resuscitation. Circulation 2015.

Nielsen et al. Targeted Temperature Management at 33°C versus 36°C after Cardiac Arrest. NEJM 2013.

Wise et al. Targeted temperature management after out-of-hospital cardiac arrest: certainties and uncertainties. Crit Care 2014.

 

EuroTherm3235: Hipotermia foi ruim no TCE grave

Na verdade, hipotermia com alvos de temperatura entre 32-35 graus foi pior do que não fazê-la. O estudo foi terminado pelas questões de segurança…

Na escala de outcomes de Glasgow extendida, um dos desfechos medidos do estudo, o desfecho favorável (GOS-E entre 5-8) ocorreu em 26% do grupo com hipotermia, e 37% nos controles (P=0.03)…

O artigo e seu editorial estão com acesso livre na homepage da NEJM.

cold

 

LINKS

Andrews et al. Hypothermia for Intracranial Hypertension after Traumatic Brain Injury. NEJM 2015.

Robertson & Ropper. Getting Warmer on Critical Care for Head Injury. NEJM 2015. Editorial sobre os resultados do EuroTherm3235.

EEG contínuo na Encefalopatia anóxica pós-PCR prediz desfechos. Entenda!

Um grupo holandês publicou na Neurology este mês um trabalho muito interessante, de um assunto que muito nos interessa – na verdade interessa mais aos neurohospitalistas / neurovasculares, quando frequentemente somos chamados para avaliar encefalopatias anóxicas pós-PCR…). O paper está com acesso livre. Aproveitem…

Os autores analisaram um grupo prospectivo de 277 pacientes em 2 UTIs, com o diagnóstico de coma pós-PCR. É bastante gente, considerando o problema estudado.

Fizeram EEG contínuo por 3 dias após a PCR. Categorizaram os padrões de EEG em desfavorável, intermediário ou favorável. Analisaram e juntaram estes dados com a clínica, ressuscitação, padrão do potencial evocado somatossensitivo (PESS) e desfechos em 6 meses. Cruzaram as variáveis e fizeram modelos preditores de prognóstico pior ou favorável após um coma pós-PCR.

Concluíram que o EEG feito de forma contínua dentro das primeiras 24h foi um dado robusto de predição prognóstica em pacientes comatosos após PCR. Outros dados interessantes: o padrão de EEG nas 24h, junto com ausência de reflexo pupilar em 48h e de passagem de estímulos no PESS em 72 horas, tiveram uma especificidade de 100% e sensibilidade de 50% para desfecho desfavorável. Ao contrário, um EEG favorável nas primeiras 12h foi fortemente preditor de bom desfecho.

EEG na UTI em pós-PCR: Ferramenta para prognosticar desfechos.

LINK

Hofmeijer et al. Early EEG contributes to multimodal outcome prediction of postanoxic coma. Neurology 2015.

Guideline de AVC Hemorrágico: Novíssimo!!!!

Por Jorge Murilo B Sousa **, Letícia Duarte e Maramelia Miranda

Diretriz da AHA/ASA, publicada neste final se semana na Stroke.

ICH-CT

Maiores novidades

Algumas bem importantes, mas as principais, com certeza, foram a atualização dos resultados do estudo INTERACT2, e comentários sobre as novas terapias neurocirúrgicas, bastante comentadas no texto e nas recomendações finais… Interessante a parte neurocirúrgica do documento…

— Recomendação de manter PA < 140mmHg em pacientes com PAS 150-220mmHg (do INTERACT2) –> recomendações IIa/B (pode melhorar desfecho) e I/A (é seguro); Em pacientes com PAS > 220mmHg, redução agressiva com drogas EV e monitorização intensiva é recomendada (IIb/C);

— Recomendação de screening formal para disfagia e IAM nos pacientes com AVCh;

— Citações sobre as “novas” terapias “incertas”, por causa dos estudos cirúrgicos em andamento (CLEAR, MISTIE), sobre uso de rTPA intraventricular, tratamento endoscópico para drenagem de hematomas intraventriculares e cirurgias minimamente invasivas (endoscopia ou estereotaxia)… Atentar que o documento fala sobre baixas taxas de complicações e que a eficácia e segurança destas novas terapias é incerta. Como sabemos, estas citações são o começo do que pode vir em documentos futuros, ous eja, potenciais terapias promissoras… Todas estas terapias cirúrgicas são classificadas com IIb/B;

— Estudos testando as terapias de DVE x DVE +rTPA em Hemorragia intraventricular — mostraram taxas de mortalidade de 30-47% x 10-23%, respectivamente

— Drenagem cirúrgica endoscópica – terapia nova descrita em séries de casos

— Hemicraniectomia descompressiva com ou sem drenagem do hematoma em pacientes muito graves pode reduzir mortalidade –>  Classe IIb / Evidencia C.

Obs. Post atualizado em 22 junho 2015.

LINKS

Hemphill et al. Guidelines for the Management of Spontaneous Intracerebral Hemorrhage: A Guideline for Healthcare Professionals From the American Heart Association/American Stroke Association. Stroke 2015.

 

** Jorge Murilo B. Sousa é neurologista, pós-graduando em Neurologia Vascular e Neurointensivismo na UNIFESP. Antenadíssimo, já chegou hoje no hospital comentando do guideline novo!!!!!!!

VASOGRADE: Vai ou não vai ter DCI?????

Atenção caros internautas-neuros.

Vasoespasmo é uma coisa.

Vasoespasmo sintomático é outra.

Isquemia cerebral tardia (DCI – delayed cerebral ischemia), ainda outra. Ops!!!!! Você não sabe o que é isquemia cerebral tardia ?!?! Pára tudo e aperta o botão Rewind já!!!!!

Os termos estão imbricados na “doença” vasoespasmo / hemorragia subaracnoidea, coisa que ainda não sabemos muito bem, de onde vem, nem porque se manifesta apenas em alguns, em outros não, como fica tão grave em alguns, em outros não…

Ou seja, como bem diz um neuro dos “velhos”: Entre as grandes perguntas da neurologia, algumas delas são: o que é vasoespasmo?!? como evitar, como prevenir, como tratar vasoespasmo?!??!

Quem quiser fazer qualquer tese, pode estudar isso, que consegue publicações em várias revistas. Muitas coisas ainda para descobrir.

E para tentar responder a perguntinha do título deste post, vários autores já publicaram tentativas de predizer se um paciente vai ou não ter DCI…

Publicado online first na Stroke deste mês, artigo fresquinho saído do forno, sobre o uso da escala VASOGRADE, validada numa coorte de pacientes com HSA (de dois estudos clínicos fase II e uma séria canadense). Atenção: autor brasileiríssimo, Airton Leonardo Manoel, que agora está no Hospital Albert Einstein. O mesmo das revisões de HSA que postamos aqui algumas semanas atrás.

vasograde-title

Vale a pena conferir.

LINK

de Oliveira Manoel et al. The VASOGRADE. A Simple Grading Scale for Prediction of Delayed Cerebral Ischemia After Subarachnoid Hemorrhage. Stroke 2015.

 

 

Consenso sobre manejo do Status Epilepticus

Por Maramelia Miranda

Em homenagem ao Purple Day…

A pergunta na visita de ontem foi: “Qual o melhor para status? Propofol ou midazolan?”

Ai ai ai. Não sabia. Não sei se tem algo disso na literatura… Eu só sabia que aqui dentro, lá no fundo, tenho uma “birra” pessoal com propofol, tudo por causa de um caso dramático durante a residência, daqueles casos que nos marcam e nunca mais esquecemos. Mas era coisa minha, achismo total!

Sem saber a resposta, vamos lá para o nosso atual pai dos burros – Pubmed. Tive que revisar…

Publicação “velha”. Saiu na Neurocritical Care Society de 2012.

E todos sabemos, aqui e acolá, temos de vez em quando um casinho de Status para tirar o nosso sono glorioso…

Vale a postagem!!!!

NCC-cover

 

LINKS

Brophy et al. Guidelines for the Evaluation and Management of Status Epilepticus. Neurocritical Care 2012.

Spanish Translation – Consenso de Status Epilepticus em espanhol.

Download a slide kit overview – Slides didáticos.

Related publications – Publicações da revista relacionadas ao tema.

Página da NCC Society contendo TODOS OS CONSENSOS DA SOCIEDADE… Tudinho, óbvio!, aberto-totally-free!

*****

Muita coisa pra ler! Mãos à obra!!!

E sobre a pergunta casca-de-banana do nosso residente Paulo, ainda estou revisando; à medida que ler os artigos e links, vou postando aqui. Por enquanto fiquemos com o material acima para estudar.