Atenção neuros infectos pesquisadores brasileiros…Colegas do Nordeste. Do Rio de Janeiro…
Micrografia do Virus Zika. Fonte: CDC.
Artigo fresquinho fresquinho da Lancet… Neuros e infectologistas de Papeete, no Tahiti, junto com o Instituto Pasteur em Paris, foram os autores do estudo, que avaliou 42 casos de Guillain Barré (SGB) ocorridos entre 2013 e 2014 na Polinésia Francesa, época da epidemia de Zika. O estudo captou casos e controles num período curto, de 6 meses (Out 13 a Mar 14).
Números…
100% dos casos de SGB tiveram anticorpos neutralizantes positivos para o vírus Zika, versus 56% dos controles.
88% dos casos de SGB tiveram sintomas da doença numa média de 6 dias antes do surgimento dos sintomas neurológicos.
93% dos casos tiveram IgM positivo para o vírus Zika.
Testes para HIV (n=42), Campilobacter jejuni (n=41), CMV (n=32), EBV (n=32) e Herpes (n=8) foram feitos em parte da amostra de casos, e nenhum exame veio positivo.
Todos os casos de SGB receberam imuneglobulina EV hiperimune. Um caso fez plasmaferese associadamente.
Todos os casos de SGB tiveram o subtipo AMAN – “acute motor axonal neuropathy”. Entretanto, estes casos não tiveram presentes os anticorpos anti-glicolipídicos, o que se costuma esperar em casos de AMAN… E mais: estes casos tiveram recuperação mais rápida do que a SGB habitual. A média geral de internação hospitalar foi de 11 dias, sendo de 51 dias para os 16 casos internados em UTI. Não houve nenhuma morte.
Após 3 meses da alta, 57% dos casos de SGB já andavam sem assistência.
Ou seja…
Ainda há muito a saber. Casos mais leves? Mais graves? Subtipos? Porque não há anti-GD, GM1?
O ruim, no nosso país, é conseguir uma investigação completinha destas possíveis causas e subtipos…
LINKS
eric — seria interessante vc rever numeros de SGB em anos anteriores. descrever esta diferneçca de prevalencia no mesmo serviço.
relate isso. vale a pena.
conseguirias relatar em revista nacional tranquilo.
Boa noite, Dra Maramelia.
Sou residente de Neurologia do HUPES/UFBA e acompanhei os pacientes internados com Síndrome de Guillain-Barré no ano passado.
Além do aumento expressivo na incidência da síndrome, o que me intrigou mais foram as variantes encontradas. Quase todos os casos tinham comprometimento sensitivo associado importante, alguns autonômicos (retenção fecal) e uma paciente com hiperreflexia.
É claro que, por ser um hospital universitário, posso estar com uma amostra enviesada, mas imagino que tenhamos achados interessantes nas pesquisas sobre o Zika vírus.
No mais, parabéns pelo site.