Novo Guideline da American Heart Association sobre Hematomas Intracranianos

Por Flávio Carvalho *

A American Heart Association e American Stroke Association (AHA/ASA) publicaram em Julho de 2010, na Stroke, o mais novo consenso sobre o manejo do hematoma intracraniano (HIC) espontâneo. Entre outras novidades, a publicação detalha o tema com sessões específicas, como diagnóstico, hemostasia, manejo da pressão arterial e da pressão intracraniana, controle de febre e tratamento das crises convulsivas, além de comentar sobre o tratamento cirúrgico, técnicas de monitorização, estratégias para a recorrência dos eventos, cuidados de enfermagem, reabilitação, e até mesmo quando há indicação de retirada de cuidados.

Pela primeira vez, a AHA/ASA admite que a redução dos níveis de pressão arterial para o patamar de 140/90mmHg é considerada segura para ser utilizada em pacientes com HIC na fase aguda.

Um resumo das principais novidades nas recomendações da AHA/ASA sobre os hematomas intracranianos, em relação ao seu último consenso publicado, de 2007, são:

– Referência do uso de Angiotomografia (AngioTC) para avaliar o risco de expansão do hematoma (classe IIb, nível B), através da análise do “spot sign”, e da AngioTC ou AngioRM para avaliar outras causas (classe IIa, nível B);

– Recomendação de que o Fator VII ativado não deve ser utilizado indiscriminadamente (Classe III, nível C) para o tratamento de HIC por deficiência de fatores de coagulação ou HIC por uso de anticoagulantes orais;

– Baseado nos estudos Interact e Atach, relatam a redução da pressão arterial sistólica para 140mmHg como provavelmente segura para pacientes com PAS entre 150 e 220mmHg (Classe IIb, Nível B);

– Referências como a manutenção do paciente em estado normoglicêmico (Classe I, Nível C), e para não tratar portadores de HIC com anticonvulsivantes profilaticamente (classe III, nível B), nem mesmo aqueles com hematomas lobares, diferem do ultimo guideline;

– A administração de trombolítico intraventricular para hemorragias intraventriculares grandes é relatada como segura, mas de eficácia indefinida (Classe IIb, nível B);

– No tratamento cirúrgico dos hematomas de cerebelo, a DVE não é recomendada (Classe III, nível C);

– Pela primeira vez há menção de cirurgias minimamente invasivas, relatadas como “de caráter investigativo”;

– Recomendação de evitar o consumo excessivo de álcool, definido no guideline como o consumo de  mais de 2 drinks ao dia (Classe IIa,  nível B);

– Referência sobre o controlar a PA após a fase aguda, com alvos de < 140/90 ou 130/80 para diabéticos e renais crônicos;

– Relacionam a avaliação dos fatores de risco para HIC: hematoma lobar prévio, idade avançada, uso de anticoagulantes, gene da apoE E2 ou E4, microbleeds na RM (classe IIa, nível B).

Para ler mais, acesse o ARTIGO NA ÍNTEGRA, abaixo:

//stroke.ahajournals.org/cgi/reprint/STR.0b013e3181ec611b

* Dr. Flávio Carvalho é médico neurologista e neurossonologista no Setor de Neurologia Vascular da UNIFESP/EPM.


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