Novo consenso sobre Fibrilação Atrial – ECS 2010

 

A European Society of Cardiology (ESC) lançou este ano, pela primeira vez de forma independente, um consenso específico da comunidade cardiológica européia sobre o manejo da Fibrilação Atrial, no último congresso europeu da especialidade. Até então, os guidelines sobre este tema eram escritos em conjunto com a American Heart Association (AHA) e o American College of Cardiology (ACC).

Entre os highlights da nova recomendação européia, estão a introdução de um novo escore de sintomas para a FA; a adição de um sub-tipo novo de FA, denominado persistente “de longa duração”, associado aos outros tipos clássicos (FA paroxística, persistente e permanente); um novo algoritmo no manejo do controle da frequência cardíaca na FA; recomendações sobre o uso do novo antiarrítmico dronedarona (Multaq), ainda não disponível no Brasil; indicações formais de quando utilizar a terapia ablativa; e aconselhamento em situações especiais, como pacientes muito idosos, maior risco de sangramento e novos anticoagulantes.

Chama a atenção a referência de novos escores de risco para a avaliação de pacientes na prevenção de AVCi em FA não valvular: o atual consenso europeu sugere o uso de uma escala de risco mais detalhada, para a escolha da terapia antitrombótica nos casos de FA e risco de embolia cerebral /sistêmica, denominada CHA2DS2-VASc, que pode ser usada em adição à clássica CHADS2, nos casos de dúvida em relação ao manejo nestas situações.

Do ponto de vista prático, a ECS é mais agressiva na indicação de anticoagulação oral na prevenção primária dos casos de FA, e recomenda esta terapia em pacientes com escore maior ou igual a 1.

Outra novidade do consenso europeu em FA é uma escala de predição do risco de hemorragias (HAS-BLED), que avalia variáveis como hipertensão arterial, idade e presença de AVC prévio.

Por fim, o guideline traz informações atualizadas, sobretudo em relação aos novos anticoagulantes orais (dabigatran, rivaroxaban e apixaban), drogas não citadas no guideline anterior, de 2006, consenso conjunto da AHA, ACC e ECS.

Para ver o artigo original do consenso europeu de FA de 2010, acesse o site da ECS aqui.


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