Por Maramelia Miranda
Atenção neuroclínicos e neurocirurgiões! Breaking news!!!
Pesquisadores da Universidade de Kiev, na Alemanha, publicaram os resultados do estudo randomizado prospectivo EARLYSTIM – Controlled Trial of Deep Brain Stimulation in Early Patients with Parkinson’s Disease – demonstrando que a estimulação elétrica profunda (DBS – deep brain stimulation) do núcleo subtalâmico é benéfica quando feita mais precocemente, antes do surgimento dos sintomas motores incapacitantes, em portadores de Doença de Parkinson idiopática precoce.
Compararam grupos de tratamento com DBS e medicamentoso versus o tratamento medicamentoso isoladamente, usando desfechos de qualidade de vida e função motora dos pacientes avaliados.
Sabemos que já está bem estabelecida a indicação de DBS para pacientes com DP avançada, onde há refratariedade de tratamento às complicações motoras típicas desta fase, como flutuações e discinesias, que costumam vir após alguns anos do uso de levodopa. O recente estudo EARLYSTIM sugere que esta terapia – DBS – pode ser uma opção para os casos com DP em estágios mais precoces dos que a recomendação atual preconiza.
Em relação ao desfecho clínico primário medido pelo EARLYSTIM – uma escala de qualidade de vida – o “Parkinson’s Disease Questionnaire (PDQ-39) summary index score” —foram observados melhora deste escore após 2 anos do tratamento, com aumento médio de 7.8 pontos (26% de melhora) no grupo com neuroestimulação, e piora de 0.2 pontos (1%) no grupo com tratamento médico.
Financiamento do estudo
O trial teve um financiamento conjunto, pelo Ministério de Ciências da Alemanha, uma espécie de instituição de pesquisa daquele país, por duas agências de fomento francesas e pela Medtronic, empresa que fabrica os dispositivos de DBS. Apenas para lembrar.
O estudo foi publicado na edição de ontem da revista New England Journal of Medicine.
LINKS
Neurostimulation for Parkinson’s Disease with Early Motor Complications. NEJM. 2013;368:610-622.
Editorial – Tanner, Caroline. A second honeymoon for Parkinson’s Disease?. NEJM 2013;368: 623-24.
Fontes das figuras: www.mayfieldclinic.com; www.nejm.org.